O sert o na obra de dois cronistas coloniais a constru o de uma imagem barroca (séculos XVI-XVII).docx

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1、!”#$%!&( ()海脚&！&” ) $#&P1.&飞 +2沼$3.45635) 58890 sertao na obra de dois cronistascdoniaLs: a construQao de umaimage m baroca (seculos XVHCVH)KALINA VANDERLEI S1LVAResu mo: Este artigo aborda as representaQoes do sertao no i magindrio barroco das vilascanavieiras das capitanias do nolle do Estado do B

2、rasil a partir da obra de dois cronis-tas coloniais Gabriel Soares de Souza e mbrosio Fernandes Brandao.Abstract: This article analyzes the representation of usetad, (Brazilian colonial frontier),built by the baroque i magi nary of sugar cities in the 16 and 17 centuries. Our sourcesththare Gabriel

3、Soares de Souza and Am br6sio Fernandes Brandao, s writingsEalavas-chaxer Serta(x Representacan BarrocKey ords: Frontier Representation Baroque.Durante o seculo XVTT, a sociedade das vilas aQucareiras dascapitanias do norte do Estado do Brasil, que con h eci a a di versifica-9ao de seus grupos socia

4、l s e a pros peri da de dos sen h ores de enge-nho, iniciou um movi mento de expansao para o interior do conti-nent e, em busca da ampliaao de suas propriedades A drea canavi-eira dilatava, assi m, a colonizaao para o interior a partir da criapaoextensiva de gado bovino. Tai movi mento se desenvolve

5、u em umespaQo conhecido co mo sertaA ideia de sertao existia no imagindrio dessa sociedade desde oseculo XVI, construda a partir de uma 0p0si9a0 entre as regiescolonizadas do litoral da A m erica portuguesa e aquelas nao inscri-das na jurisdiao metropolitana Esse imaginrio criou uma dicotx厂mia entre

6、 0 espao considerado cidlizado e aquele nsiderado selva-gem. E at o apogcu da m inera9a0 no centrcrsul do Brasil, a regiaocivilizada por excelencia foi a area a9ucareira, sen do a cultura barrocac sislema de valcres do inante dessa civilizapaciProfcssora-adjunto da Universidadc do Perna mbuco/FFP N

7、M; Doutora cm Hist6riapela UFPE Coordenadora do Grupo de Estdos Hist6ria S6cio-Cultral da America La-tina/UP E. E-mail: kalinavan. brEstudos lbero-Americanos. ! #, $淄&“， (/吩,，/ 0102 345 ) 66.Na historiografa brasile Capistrano de Abreu, em fins dos6culo XIX, foi o primciro a sc preocupar com a const

8、ruao hist6ri-ca do sertao colonial De Id para co, outros historiadores tern traba-lhado o tema, inclusive a origem etimologica da palavra Tais es-tudos define m a genealogia da palavra sertao a partir de desertQde deserto: nao o deserto fsicQ cli mdtico, mas o espa90 caracteri-zado por um vazio de s

9、uditos da Coroa portuguesa Para a construQao do conceitode sertao: ABREU, J Capistrano de. Capitulos de historiacolonial Sao Paulo: Itatiai 1988, p. 141-216; AR A L J0, E manueL Tao vastor tao er-mo, tao longe: o sertao c o sertanejo nos tcnos colonials In: DEL PRIORE, M.(org.). Rcvisao do paraiso:

10、os brasilchs c 0 Estado do Brasil em 500 ano& Sao Paulo: Ed.Ca mpus. 45-91; LOPES, Fdtini a M. Indios Colonos c Missionos na Colonizafao doRio Grande do Norte Mossord: FundaQao Vingt-un Rosado/Instituto Historico e Geo-grdfico do Rio Grande do Norte, 2003, p 125-158.A palavra sertao parece ter surgi

11、 do no seculo XV, significandointerior; 0 espa90 longe da costa Mais tarde, co mo afirma E manuelAraljo, u m de seus principals elementos definidores foiaa ideia degrandes vazios incultos Arajo ilustra sua afirmaQao com as falasde cronistas do seculo X V IT, co mo Joao Pereira Caldas e Frei MaLtinho

12、 de Nantes Para Caldas, “a nossa A merica e dilatadissi ma, ecomparada a sua vastidao com o nu mero de habitantes, sendo estej muito con si derdvel, el a nos apresenta ainda desertd,. J Martinho de Nantes asseverou que entrando nas soli does vastas e as-sustadoras, fui surpreendido por um certo medo

13、,. Referindo-seindiretamente ao sertao, eles alude m vastidao dos interiores daA m erica portuguesa, m area dos por u ma ausencia de uhabitante,ou seja, de colonos. Nantes acusou, incl usive, o temor que essesespa?os abertos i mpunham queles oriundos da regiao colonizadaou da metr6pol ARAUJ 0, or ci

14、t, r 82Assim, a palavra que inicialmente indicava o apartado do U-toraL foi gradativamente ganhando o significado de regiao inospi-ta e sem lei Significados que contrastavam com as imagens ideaisque o litoral elaborava de si mes mo, de suas vilas e engenhos A-qui, cabe fazer um paralelo com os estud

15、os de Angel Rama sobreos significados civilizacionais do espao urbano na America his-panica colonial Para Ram a, a ci da de colonial era 0 baluarte daordem, fundamento da civilizaao barroca, base eponto de partidapara a conquista dos vazios, os desertos, os sertes Ao estudar-mos o processo de conquista do sertao das capitanias do norte doEstado no Brasil no seculo XVII, no qual grupos sociais urbanospartici para m ativamente ao lado da Coroa portuguesa, percebe-mos que a an61ise de Rama pode ser util para a compreensao darelaao entre conquista esociodade afuc